top of page

 

Tratamento

 

 

Medidas a tomar em caso de intoxicação por digoxina

 

  • Rehidratação [1].

 

  • Correção da hipocalémia, caso exista, com a administração intravenosa de cloreto de potássio [1].

 

  • A administração de carvão ativado deve ser considerada em todos os casos que apresentam uma ingestão entre 1-2h, uma vez que tem mostrado ser capaz de reduzir significativamente a absorção e os níveis séricos de digoxina. Apesar do carvão ativado ser mais eficaz quando administrado logo após a ingestão, as doses dadas mais tarde, também parecem ser eficazes, provavelmente devido à absorção prolongada e / ou à circulação entero-hepática do glicosídeo cardíaco. Doses repetidas de carvão ativado  podem ser úteis no aumento da eliminação de digoxina, especialmente em doentes com insuficiência renal grave, nos quais a depuração de digoxina é acentuadamente diminuída. Sendo a digoxina um substrato da glicoproteína-P, esta vai promover o efluxo do fármaco para o lúmen intestinal e, assim, o carvão ativado adsorve-a neste local impedindo que seja reabsorvida para a circulação portal [1]. 

 

  • Resinas aniónicas, como a colestiramina ou colestipol, podem diminuir a absorção inicial da digoxina, se  administradas logo após a ingestão do glicosídeo. Quando são tomadas após o início da toxicidade, elas também podem reduzir a duração de toxicidade causada pela digoxina, através da formação de complexos com esta no trato gastrointestinal durante a circulação entero-hepática [1].

 

  • Em caso de ingestão aguda, os pacientes com hipercalemia, bradicardia sintomática, arritmia ventricular ou ectópica devem ser tratados com fragmentos de imunoglobulina específicos da digoxina (Fab), pois são antídotos da digoxina. Estes fragmentos estão também indicados em pacientes com toxicidade crónica. Em caso de toxicidade ligeira, não se deve usar este tratamento. Alterações favoráveis ​​no ritmo cardíaco ou na concentração sérica de potássio ocorrerem entre 15 a 30 minutos. Os fragmentos de imunoglobulinas livres e os conjugados com a digoxina  são eliminados principalmente por via renal, com uma semi-vida de eliminação de cerca de 15-20 horas em pacientes com função renal normal. A eliminação pode demorar mais tempo em doentes com insuficiência renal. Na maioria dos pacientes, os sinais de toxicidade desaparecem dentro de algumas horas [1]; [2]; [3].

 

 

Determinação da dose de Fab a administrar [2]

 

A quantidade de fragmentos de imunoglobulina específicos da digoxina (Fab) necessária em caso de ingestão aguda de digoxina pode ser determinada de 2 formas:

 

Dose = quantidade total ingerida (mg)/0,5

Dose = [concentração sérica de digoxina(ug/L) x peso(Kg)]/100

 

 

Se os fragmentos de imunoglobulina específicos da digoxina (Fab) não estiverem disponíveis, os pacientes podem ser tratados com [1]; [4]:

 

  • Atropina em caso de bradicardia ou bloqueio auriculoventricular do 2º e 3º grau;

 

  • Lidocaína ou amiodarona para a taquicadia ventricular;

 

  • Fenitoína no tratamento de arritmia supraventricular;

 

  • Sulfato de magnésio (raramente) também pode ser usado na resolução de arritmias e deficiências em potássio.

 

 

 

Atenção![1]

 

  • A diurese forçada não acelera a eliminação renal e pode piorar o desequilíbrio eletrolítico;

 

  • Devido ao grande volume de distribuição e ligação a proteínas, a hemodiálise e diálise peritoneal são ineficazes na remoção da digoxina do organismo e podem potencialmente piorar a toxicidade devido a uma redução do potássio.

 

 

 

 

Monitorização[1]

 

  • Monitorizar as concentrações séricas de digoxina e eletrólitos (potássio) a cada hora, até que haja recuperação do paciente e diminuição, de forma evidente, da concentração da digoxina até níveis usados na terapêutica;

 

  • Vigiar a função renal;

 

  • Avaliar continuamente a função cardíaca através da realização de eletrocardiogramas.

 

 

 

 

 

 

 

Intoxicação
Monitorização

Bibliografia

 

[1] http://toxnet.nlm.nih.gov/cgi-bin/sis/search/f?./temp/~O9sRnY:1 (acedido a 02/05/2014)

[2] Yang, E.; Shah, S.; Criley, J.M. Digitalis Toxicity: A Fading but Crucial Complication to Recognize. The American Journal of Medicine. (2012) 125, 337-343

[3] Rajpal, S.; Beedupalli, J.; Reddy, P. Recrudescent Digoxin Toxicity Treated with Plasma Exchange: A Case Report and Review of Literature. Cardiovascular Toxicology. (2012) 12, 363–368

[4] http://www.infarmed.pt/prontuario/framenavegaarvore.php?id=86 (acedido a 02/05/2014)

 

 

TOPO
bottom of page